Marc Chagall
Os sonhos me redimem de todo esforço feito durante o dia. Existe um momento mágico: nem estamos dormindo, nem acordados estamos. É nessa zona morta, que nos vem as melhores idéias e as lembranças mais queridas nos visitam sem pedir licença.
Me ajudam a ser criança novamente: uma menina por vezes alegre, por vezes aterrorizada de pânico e solidão. Solidão em criança é maldade, sacanagem.
Volto à casa de meu pai. Visito cômodo por cômodo. Vejo-o assim como a minha mãe. Tento falar com eles mas não me ouvem. Estão em outra dimensão...
Peço sempre a Deus que me dê sonhos leves, alegres. Para que eu possa acordar realmente refeita, pronta para dormir de novo e sonhar mais. São nos sonhos que me descubro. Solto os macaquinhos do cérebro e eles brincam e brigam comigo.
Nos sonhos sou perseguida por demônios incansáveis que parecem ter escolhido só a mim. Nos sonhos choro, rio... Quero me libertar. Sonhos de finitude. Em que sinto alívio. Por estar tudo acabado.
A morte não me mete medo, a vida sim. Sei que nunca mais serei criança de novo. Aquela menina que sonhava acordada com um mundo melhor... A menina morreu, foi-se, me deixando aqui, vendo a vida como de fato ela é. Sem ilusões, só temores reais. Sem um sonho de criança. Acabou, enfim. Me descolei de mim... Flutuo.
sonhos podem ser bons ou ruins.
ResponderExcluirmas sonhar e fundamental...
ha que saber bebe-los,porem.