As namoradas
Deixei um pouco de lado minhas ironias sobre a política nacional, pois sábado próximo comemora-se o dia dos namorados, e, nesta época, sempre me lembro das minhas primeiras paixões. Paixão do latim, patior, que significa sofrer, é uma emoção patológica.
O infeliz (!) do apaixonado perde sua individualidade e o poder de raciocínio em função do fascínio que o outro exerce sobre ele.
Ao tempo que prosperaram, todas as paixões foram assim, me fazendo sofrer intensamente e, como costuma ser, depois me recuperando.
Já falei sobre a primeira, que não acreditava serem possíveis números relativos, e que servi de “explicador” de álgebra, até acabar a paixão. Outra, inesquecível, que ao receber rosas pela primeira vez, pela emoção inusitada, fez deste fato paradigma para todas as flores que enviei na vida.
Uma destrambelhada que colecionava copos descartáveis quando jovem e posteriormente maridos, o que é a mesma coisa.
Uma que roubava girassóis nos jardins da PUC, evoluindo para bromélias na estrada para Petrópolis, sem nunca perder a poesia.
Uma artista dos pincéis e das escritas, buscando a música na alma dos viventes, se doando a cada minuto com seu trabalho.
Uma linda e sonhadora, que sempre foi uma desgraça na cozinha, despertando o meu lado “chef” para sobreviver à gororoba.
Uma que foi comigo ao Nordeste, numa copa do mundo do passado, que me fez esquecer os gols e as desilusões.
Uma didata, que corrigia minhas vírgulas e concordâncias, mas nunca deixou de me dar carinho e incentivar minha escrita mambembe.
No meu imaginário neste 12 de junho, encontro todas elas, lado a lado, atemporais, felizes, caminhando por um Rio de Janeiro mágico, que só existe na minha memória, e digo a cada uma, como foram e continuam importantes para mim e que sinto muitas saudades.
É bom e prazeroso este resgate, e, quem sabe, alguma até leia o que agora escrevo.
Vejo o sábado chegar, e desejo a todos um Feliz Dia de Lembrar as Primeiras Paixões e Namoradas, onde quer que elas estejam.
E sinto que não há sofrimento nesta paixão, somente alegria.
João Siqueira
O Joào está coberto de razão.Sábado,12 de Junho,dia dos Namorados,devemos comemorar as paixões passadas e atuais,tudo com muita alegria,proibido ""amarrar bode" ROSARIO
ResponderExcluirRosário agradeço a gentileza de postar minha crônica do dia dos namorados no seu blog, além de suas palavras carinhosas.
ResponderExcluirExiste uma figura matemática apropriada, a “Fita de Moebius”, que mostra a impossibilidade de se estabelecer os limites entre o avesso e o direito, entre o interno e o externo, já que cada lado representa essas duas faces ao mesmo tempo. Na minha visão esta representação também nos remete a impossibilidade de estabelecer com nitidez os limites entre o real e o imaginário. Minhas estórias não são alegres ou tristes, verdadeiras ou falsas, líricas ou cômicas, são isto tudo juntas e ao mesmo tempo não são. Além de tudo isto, como figura e fundo, a linha do tempo transpassa todos os textos. Agradeço então a todos, personagens reais ou fictícios a ajuda para ordenar o meu caos externo e interno.
Obrigado e beijos do João.
Olá Rosário, aqui é a Vanessa do Blog da RádioCom (http://radio-com.blogspot.com/) que bom que você se identificou com o nosso trabalho. Espero que continue nos acompanhando e se quiser nos enviar algum conteúdo sinta-se a vontade. No blog tem nosso e-mail.
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